40 Anos do Centro Comunitário da Paróquia Carcavelos

No passado dia 16 de Maio de 2021, o Centro Comunitário da Paróquia de Carcavelos celebrou 40 anos de existência. Uma data muito importante para todos os que fazem parte desta organização, como colaboradores, voluntários, utentes e todos os que acompanharam o crescimento do Centro.

“Em maio de 1981, na altura um jovem com 19 anos, senti que a “minha casa” se tinha alargado com o nascimento do Centro Comunitário da Paroquia de Carcavelos (CCPC).”

No âmbito desta celebração, nada melhor do que partilhar testemunhos de quem faz parte desta história.

Segue um pequeno testemunho do João Pedro Tavares, um membro da nossa comunidade e com uma ligação ao Centro desde a sua abertura, sobre a importância que o Centro tem tido na sua vida e na de todos nós que fazemos parte desta comunidade.

“Em maio de 1981, na altura um jovem com 19 anos, senti que a “minha casa” se tinha alargado com o nascimento do Centro Comunitário da Paroquia de Carcavelos (CCPC), fruto da amplitude de visão, do sentido de empreendedorismo, e do cuidado prático para com os mais frágeis e marginalizados do nosso querido Padre Aleixo Cordeiro. Tudo foi sendo idealizado com a convicção dos valores, na firmeza das decisões e na forma comprometida como vivia e servia os outros, assente numa intensa vida de oração e de doação ao próximo, de acolhimento, de serviço, de amor à missão e aos mais desprotegidos e marginalizados. Sabendo comunicar e mobilizar decisores, financiadores e lideres empresariais, políticos ou sociais.

Importa referir que à data não existiam centros comunitários como o que o CCPC se veio a constituir e por isso foi muito inovador na forma como foi idealizado e se posicionou.

“Centro” porque é ponto de partida, é lugar de acolhimento, é absolutamente central na região em que se insere. Tornou-se referencia porque se soube reinventar na forma como serve os mais frágeis de quem se faz próximo. Na forma como atende crianças, jovens e idosos. Na forma como educa e forma ou como mobiliza o voluntariado. Naquele edifício icónico, familiar, casa de todos, enormemente acolhedor e que foi crescendo ao longo do tempo para melhor cumprir a sua missão, todos se sentem em casa e muitos vêm satisfeitas as suas necessidades ou quebrada a solidão das suas vidas.

“Comunitário” porque a essência do Padre Aleixo era a comunidade, ponto de partida para tudo. Foram os seus dons que, aliados à sua enorme capacidade de iniciativa e mobilização, criatividade e determinação, que deram força para a construção de uma verdadeira Comunidade: um espaço onde as Pessoas e, sobretudo as famílias, se conhecem, se comprometem, se interessam umas pelas outras e estabelecem laços de solidariedade, de partilha e vivem o seu propósito de vida, alicerçados na Fé, na Esperança e no Amor. Esta essência tem de orientar a forma de estar do “Centro Comunitário” no cumprimento da sua missão e ser alicerce da sua cultura e forma de estar, de servir e de atuar.

É Comunitário no triplo sentido em que é comunidade, serve a comunidade, e parte de uma comunidade que é a “Paróquia de Carcavelos”.  Esta a raiz de mobilização original e de compromisso, ainda que independente para o cumprimento da sua missão e na forma como se compromete com todos os agentes locais e aqueles a quem serve.

Entretanto o mundo foi evoluindo significativamente e o CCPC, como em toda a sua história, foi-se tornando numa grande referencia para a região que serve, procurando reinventar-se na medida em que foram surgindo novas necessidades, novas fragilidades nos mais próximos a quem o centro serve.

Para o futuro novos desafios se colocam, mas com toda uma história para nos inspirar e servir de luz para o caminho. A cultura, os valores e os princípios são os mesmos instituídos pelo fundador. O sentido de empreendedorismo, a capacidade de arriscar e de inovar, o sentido prático de atender e cumprir a missão servirão de guia para o caminho. Nunca deixando de ser Centro, de ser Comunitário e de servir os que nos são próximos, frágeis e marginalizados.”

 

Obrigada João Pedro.