Histórias de Vida: “Viver um dia de cada vez”

A História da família de Nídia Dias

Nídia Dias vive com a sua família, partilhando uma casa com mais 2 adultos e 5 crianças: o marido, os 4 filhos, entre os quais uma filha dependente, com um grau de 77% de incapacidade, a irmã e o sobrinho.

Se anteriormente à situação pandémica que, hoje, vivemos, a vida de Nídia e da família já não navegava sobre mar calmo, a COVID-19, sem aviso prévio, trouxe-lhes uma onda de novas adversidades. “Estou de mãos atadas, por causa do Covid.”, confessa.

Antes da pandemia, Nídia trabalhava diariamente num cabeleireiro. Porém, o vírus obrigou a que trocasse o emprego pelo trabalho de mãe a tempo inteiro, quando as escolas fecharam e pagar um ATL não entrava na lista de possibilidades. Dedica-se, agora, às tarefas domésticas e a cuidar dos filhos, enquanto o marido, motorista TVDE (Transporte Individual e Remunerado de Passageiros em Veículos Descaracterizados a partir de Plataforma Eletrónica), assegura as “contas grandes”, conta.

Com menos um salário a contribuir para o pagamento das despesas familiares, Nídia não esconde que “se não fosse a ajuda da Mercearia do Centro e da minha mãe, que nos vai dando algum apoio, já estaria a passar fome. O Covid veio mostrar que mesmo muito pouco é quase tudo”.

Foi a Rede de Emergência Alimentar do Banco Alimentar Contra a Fome que reencaminhou esta família para o CCPC. Na “Mercearia do Centro”, abastecem a casa com os produtos alimentares e de higiene que fazem mais falta. Na opinião de Nídia, esta é uma iniciativa muito positiva, que funciona bem e representa uma ajuda fundamental, na dia-a-dia dos 8. E acrescenta: “o apoio do Centro Comunitário é vital”.

Em conversa com Nídia Dias, torna-se claro que tem procurado manter-se positiva, face às adversidades, encarando estes tempos difíceis e diferentes com esperança de melhorias. Às outras famílias que estão na mesma situação, deixa um conselho: “É viver um dia de cada vez, e há de passar. Isto há de voltar ao normal”.